Latina

Brasile : avanza la marcia per la riforma agraria

più di 10.000 contadini avanzano verso Brasilia per chiamare l'attenzione della società sullo stato di povertà e di disuguaglianza nelle campagne ed esigere la realizzazione della riforma agraria
5 maggio 2005
Fonte: fonti varie

Sintesi
2 maggio
La stampa dà grande rilievo oggi all'inizio della Marcia Nazionale per la Riforma Agraria. Tutti i giornali informano che i principali obiettivi della marcia sono fare pressione sul governo federale per accelerare il processo della riforma agraria e forzare verso un ampliamento delle linee di credito dell'agricoltura familiare. Al di là della quantità di notizie, Folha e Estadão riportano interpretazioni più approfondite dell'evento, indicando che la marcia è, in linea generale, un atto politico di appoggio al governo federale, ma contrario alla sua politica economica.
Lo Estadão valuta che la realizzazione della marcia, sommata alla diminuzione del numero di occupazioni nel 2005, dimostrano che le relazioni tra MST e governo federale "presentano un grado di affinità maggiore di quanto si potesse supporre". La percezione del giornale è che il MST valuta che Lula incontra ostacoli nella realizzazione della riforma in seguito agli accordi assunti con la destra nella disputa elettorale. João Pedro Stédile, del coordinamento del MST, sottolinea nella Folha che il MST non è "pazzo" tanto da rompere con il presidente Lula, nonostante il fatto che la speranza nel governo si sia trasformata in "perplessità".
4 maggio -
Il governo federale prepara un pacchetto di misure per ricevere la marcia dei senza terra che sta andando a Brasilia. Il giornalista Hugo Marques (Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil) informa che il ministro Miguel Rossetto (Sviluppo Agrário) ha promesso di liberare 10 miliardi di reais per l'agricoltura familiare, attraverso il Pronaf, per il raccolto 2005!2006. Il valore corrisponderebbe al triplo dei crediti concessi durante la gestione Cardoso. E ha promesso l'impegno del governo a liberare più risorse per la realizzazione della riforma agraria. Jaime Amorim, dirigente del MST, ha protestato per il basso numero di insediati (40 mil) che avranno accesso alla linea A del Pronaf quest'anno, durante la riunione di 20 rappresentanti del Movimento con il ministro. Il MST ga formato una commissione per dialogare con il governo federale durante la realizzazione della marcia, commenta il Correio Braziliense.

ALTRE NOTIZIE 2 MAGGIO

PCC
O Estadão (capa) acusa hoje o MST de ter auxiliado o PCC (Primeiro Comando da Capital) na organização da manifestação de parentes de detentos realizadas no último dia 18 em São Paulo. O jornal sustenta que escutas telefônicas autorizadas pela polícia revelaram que um integrante do MST (não identificado pela reportagem) deu palestras a membros dessa organização. O MST negou o envolvimento com o PCC, mas o destaque dado ao episódio tira a Marcha do foco do noticiário e mancha a imagem do Movimento - retratado novamente pelo jornal como uma organização criminosa.

Entrevista

Em entrevista à revista Época, João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST, angaria espaço positivo para o MST ao responder questões polêmicas que envolvem o nome do Movimento na grande imprensa. O coordenador comenta os objetivos da realização da Marcha; as pertinentes críticas ao agronegócio (representado pelos ministros Roberto Rodrigues e Luiz Fernando); a atuação do Movimento no gerenciamento de recursos públicos destinados à educação; a importância da agricultura familiar para o desenvolvimento sustentável; e as denúncias de que o FBI estaria investigando o Movimento.

ESTRUTURA...

A Folha publica a agenda da Marcha Nacional pela Reforma Agrária e destaca a estrutura que cercará a manifestação. O diário ressalta que cada participante ganhará um kit, que inclui um rádio à pilha, adaptado para sintonizar uma emissora do movimento.

...DESILUSÃO

Com viés negativo na cobertura sobre a marcha, o Estadão destaca o caso de um sem-terra do Pontal do Pontal do Paranapanema (SP) que rejeitou a "convocação" do MST por ter perdido a confiança no Movimento

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Dia 4 de maio

"MARCHA DE PROFISSIONAIS"

O Correio Braziliense destaca o profissionalismo que cerca a realização da Marcha Nacional pela Reforma Agrária. O diário relata as parcerias feitas pelo MST com o governo goiano e com a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraco). O jornal avalia que o MST aprendeu a se estruturar durante seus 20 anos de história. Estadão e O Globo não dão hoje sequer uma nota sobre a evolução da Marcha.

INCRA

Folha e Correio Brasiliense noticiam que o MST entregou ontem uma pauta de reivindicações ao ministro Miguel Rossetto. O Movimento pede que o Incra, hoje subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, seja vinculado à Presidência da República. Rosseto afirmou que encaminhará a proposta ao governo, apesar de entender que a pedido não faz parte do "tema central da questão (agrária)".

APERTO

Um grupo de sem-terra do MST bloqueou duas rodovias do Mato Grosso do Sul para protestar contra o novo modelo de assentamento adotado pelo Incra na fazenda Itamarati 2, noticia a Folha. O Incra irá entregar 8 hectares de terra para cada assentado; a média no Estado é de 23 hectares por trabalhador.

REDEFINIÇÂO DOS ÍNDICES

Os ministros Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e Roberto Rodrigues (Agricultura) devem definir, até a próxima semana, o novo índice de produtividade de imóveis rurais. A Folha conta que o documento deve ficar pronto antes da chegada da Marcha do MST a Brasília.

DA ADITAL DEL 3 MAGGIO

Povo de Deus em marcha

Dom Tomás Balduíno *

Fonte: Adital - 03 de maio de 2005

Milhares de pessoas, homens e mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos, todos juntos numa grande caminhada. Para que? Para dizer ao governo e à sociedade que a Reforma Agrária é uma necessidade, tem que ser feita, não se pode mais protelar sua concretização. Para mostrar a todos e todas que a concentração da terra, através dos latifúndios, tem que acabar. E que o agronegócio é predador dos bens naturais, poluidor do meio-ambiente e causador do êxodo rural, com o conseqüente aumento do desemprego. Por onde o agronegócio passa, fica um rastro cada vez mais profundo de violência contra os trabalhadores e de violação dos direitos humanos.
Enquanto os pés caminham, já cansados de uma longa jornada, cheia de tropeços, a mente e o coração vão se abrindo, entendendo as causas que provocam tanto sofrimento para os pequenos. Assim os olhos começam a vislumbrar no horizonte uma nova terra de partilha e de fartura, onde há lugar para todos, onde todos conseguem com alegria o pão de cada dia, e onde o cansaço se transforma em alegria.

Esta marcha também vai deixar um rastro bem marcado e profundo na história do povo brasileiro. É o rastro da dignidade daqueles que, mesmo tendo sido excluídos do banquete preparado para todos, não se deixam abater e lutam para conquistar o espaço que é seu e do qual foram alijados. É o rastro da fé de quem sabe que esta luta vai construindo uma nova terra.

Esta marcha me faz lembrar daquela outra grande marcha registrada no livro sagrado, a Bíblia. O Povo de Deus que conseguiu se libertar da escravidão do Faraó, no Egito, depois de ter atravessado o mar Vermelho, se põe em marcha para a conquista da terra Prometida. Foram 40 longos anos de caminhada pelo deserto, sofrendo sede e fome. Enfrentando desavenças internas. Sendo tentado a buscar e cultuar outros deuses que lhe prometessem respostas mais fáceis e lhe oferecessem soluções sem ter que enfrentar as dificuldades. Mesmo no meio de situações tão adversas, o povo continuou caminhando. Nesta longa caminhada é que foi se forjando a identidade e a unidade deste povo que assim conseguiu juntar energias para ao final conquistar uma terra, a terra que o Senhor lhes prometera. Uma terra onde corre leite e mel.

A caminhada que esta multidão faz hoje de Goiânia para Brasília quer conquistar também a terra. E vai tomar de assalto o poder central que teima em manter intactas as estruturas arcaicas e injustas sobre as quais se alicerçou a sociedade brasileira; que mantém os privilégios, muitas vezes espúrios de uns poucos, em detrimento da grande maioria do povo; que prefere empregar os recursos do povo para pagar juros de uma dívida que não se sabe ao certo como se formou, em vez de direcioná-los para atender as necessidades elementares dos cidadãos.

Os marchantes, ao tomarem Brasília, querem acordar o presidente Lula, que mesmo tendo garantido ser a Reforma Agrária uma das prioridades de seu governo, não consegue dar passos concretos e significativos neste rumo. Querem sacudir o Congresso onde se aninham, não os defensores do povo, mas os negociadores dos grupos poderosos e das elites, que mantêm e ampliam os privilégios sobre os quais se assentam até hoje. Querem tentar abrir os olhos do Judiciário, cuja cegueira é emblemática. Realmente é cego para ver as justas e legítimas reivindicações dos pequenos à terra, à alimentação, ao trabalho, à moradia, à saúde, à educação, mas enxerga com nitidez o "direito" dos poderosos, sobretudo o direito à propriedade sem reservas e sem limites. Essa massa humana vai ocupar o Planalto Central para mostrar a todos que existe, que está de pé, que não se acovarda diante dos percalços, e das rasteiras que os grandes lhe prepara.

Como o povo de Deus conquistou a Terra Prometida, este povo caminhante quer conquistar além da terra para trabalhar e produzir, a terra da consciência dos brasileiros e das brasileiras, para que se somem à luta pela conquista do direito de todos a uma vida digna.

* Bispo emérito de Goiás. Presidente da Comissão Pastoral da Terra

da ALAI, América Latina en Movimiento

Avanza la marcha por Reforma Agraria rumbo a Brasilia
ALAI

Más de 10.000 campesinos, que salieron del estado de Goiania el pasado 2 de mayo, avanzan hacia Brasilia para llamar la atención de la sociedad sobre el estado de pobreza y desigualdad en el campo y exigir agilidad en la ejecución de la reforma agraria.

El pasado 1º de mayo, día de los trabajadores, los “sin tierra” se concentraron en el estadio Serra Dourada y luego se trasladaron a la Plaza Cívica de la ciudad en donde realizaron un acto inaugural con la participación de numerosos artistas. Al día siguiente, a primera hora, partió la caravana que tiene dimensiones impresionantes no solo por el número de caminantes sino por el despliegue de autobuses, camiones y tractores que acompañan su desplazamiento.

Hasta hoy miércoles (4 de abril), la Marcha Nacional por la Reforma Agraria había recorrido 55 kilómetros recibiendo el apoyo de pobladores, obreros, religiosos y estudiantes. Ayer (3 de abril), una comisión de representantes de la misma entregó un pliego de 16 demandas al ministro de Desarrollo Agrario, Miguel Rosseto, y al presidente nacional del Instituto Nacional de Colonización y Reforma Agraria (INCRA), Rolf Hacbart.

Los delegados de los “sin tierra” pidieron al gobierno cumplir con la meta de asentar 430.000 familias hasta finales del 2006, conforme a lo acordado con el MST en noviembre de 2003. Destacaron que un año y medio después, solo han sido asentadas 60.000 familias, mientras el presupuesto para la Reforma Agraria sufrió un recorte de dos mil millones de reales. “No aceptamos que esta cantidad vaya al pago de los intereses de la deuda externa”, dijo Fátima Ribeiro, de la Dirección Nacional del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST).

El ministro Rosseto manifestó que “estamos confiados -y ese es el compromiso del gobierno- de asegurar recursos integrales para el cumplimiento de las todas las metas del Plan Nacional de Reforma Agraria”.

La marcha, en la que participan mujeres, adultos, jóvenes y niños de 23 estados, no es contra el presidente Lula sino contra las fuerzas que impiden la reforma agraria, afirmó Charles Trocate, dirigente del MST. Sin embargo, el movimiento campesino exige que el INCRA sea reestructurado, fortalecido y dependa directamente de la Presidencia de la República a fin de que tenga autonomía en las negociaciones sobre la reforma agraria.

Otras demandas de los campesinos tienen que ver con la defensa de la amazonia y la biodiversidad, castigo ejemplar a los hacendados responsables de la violencia contra los trabajadores rurales y demarcación de las áreas que pertenecen a los pueblos indígenas. También piden cambios en la política económica como rebaja de las tasas de interés, invertir los 60 mil millones de superávit primario en la educación y la salud pública, no firmar el Area de Libre Comercio de las Américas (ALCA) ni aceptar las reglas de la Organización Mundial de Comercio (OMC) que afectan profundamente a toda la economía brasileña. (Para ampliar sobre las razones de la marcha, ver: http://alainet.org/active/show_news.phtml?news_id=8095)

La diputada federal del Partido de los Trabajadores, Luci Choinacki, durante una sesión de la Cámara de Diputados, apoyó abiertamente a los movimientos campesinos, manifestando que sus objetivos no son otros que “dialogar con el pueblo, mostrar la situación de la tenencia de la tierra en Brasil y pedir justicia”. Agregó que en el país hay mucha tierra disponible para hacer la reforma agraria. “La tierra no es mercancía, es, ante todo, un bien social que debe ser repartido”, afirmó.

Brasil es uno de los países más inequitativos del mundo en lo que se refiere a la distribución de la tierra. Menos del 1% de los terratenientes controla el 46 por ciento de las tierras cultivables, en tanto que 4.6 millones de campesinos carecen de parcelas para vivir y trabajar.

Mons. Tomás Balduino, presidente de la Comisión Pastoral de la Tierra, dijo que los caminantes, al tomarse Brasilia, quieren recordar al presidente Lula, que, incluso habiendo garantizado que la Reforma Agraria será una de las prioridades de su gobierno, no ha logrado dar pasos concretos y significativos en este rumbo.

Los manifestantes “quieren sacudir al Congreso donde anidan, no los defensores del pueblo sino los negociaciones de los grupos poderosos y de las elites, que mantienen y amplían sus privilegios. Quieren abrir los ojos al poder judicial, cuya ceguera es emblemática. Realmente es ciego para ver las justas y legítimas reivindicaciones de los pequeños por la tierra, la alimentación, el trabajo, la vivienda, la salud, pero observa con nitidez el “derecho” de los poderosos, sobre todo el derecho a la propiedad sin reservas y sin límites”, destacó Balduino.

Los organizadores de la marcha (el MST, la Comisión Pastoral de la Tierra, Vía Campesina y el Grito de los Excluidos) tienen previsto que ésta llegue a Brasilia el 17 de mayo, en donde se realizará un gran acto público.

Note: sintesi in italiano di Serena Romagnoli del MST -Italia

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